Ao sinal de qualquer sintoma procure um médico. Esta frase dita quase de forma automática por todos nós, mostra a importância que damos à saúde, à medicina e em definitiva aos médicos em geral.
Até “outro dia” ter um médico na família era sinal de status e segurança. É ainda mais interessante se pensarmos que pouco mais de 3 ou 4 gerações atrás, ter algum membro religioso como parente também era bastante valorizado e uma espécie de garantia de uma comunicação mais direta com o divino
Um apoio na área espiritual e outro na área biológica e as pessoas acreditavam que esses dois lados estariam protegidos. Mas será que seriam dois lados separados?
Ao falar de espiritualidade, importante dizer que não importa a crença professada pela pessoa, nem tampouco a frequência com que participa de cultos, mas sim a fé, a crença na existência de algo transcendente que atua no bem-estar do indivíduo.
O bem-estar e a confiança dos pacientes que afirmam ter uma religião sempre foi algo bem-visto pelos médicos. Em geral, estes pacientes respondem e aderem melhor aos tratamentos.
Um novo olhar para a espiritualidade
Porém, a espiritualidade, que sempre fora deixada em segundo plano pelos profissionais da saúde ou sob a responsabilidade de religiosos ou das famílias, tem, mais recentemente, chamado a atenção e até estimulado trabalhos e pesquisas.
Inicialmente supunha-se que o benefício da espiritualidade e da fé se devia ao fato da pessoa estar já inserida em um contexto de apoio promovido pelas entidades religiosas, que cuidam daqueles que pertencem ao grupo e, portanto, oferecerem um maior acolhimento.
De fato, um entorno mais presente e participante, traz resultados muito benéficos, tanto do ponto de vista emocional, quanto no aumento da participação ativa no tratamento. Além disso, a religião traz consigo a crença de algo superior a nós que seria responsável por nossos destinos, diminuindo o peso e a solidão que surgem nos momentos de enfermidade.
Oração, vibração, energia: benefícios para além da consciência
No entanto, estudos têm demonstrado que os pacientes podem colher outros benefícios advindos de orações, vibrações ou de transmissão de energia como na técnica do Reiki, por exemplo, mesmo que não estejam conscientes disto como no caso de pessoas em estado de coma.
Ou seja, mesmo sem a consciência de que estes ritos estejam sendo prestados, observam-se melhoras do ponto de vista fisiológico. Por isso, aos poucos, os médicos estão se interessando cada vez mais pelas crenças e valores de seus pacientes, com o objetivo de colher melhores resultados nos tratamentos clínicos.
A partir deste interesse foram surgindo algumas pesquisas, muitas ainda em andamento, no intuito de tentar entender como ocorreria a atuação da espiritualidade e dos ritos e como utilizá-las a favor da saúde.
Ainda há um caminho longo a ser percorrido
De acordo com o Dr. Jeff Levin, da Baylor University, no Texas, há um livro escrito pelo Dr. Dan Benor que se chama Spiritual Healing (Cura Espiritual em tradução livre) que analisou as pesquisas nesta área e concluiu que: “um quarto dos estudos foi realizado com uma metodologia de pesquisa impecável, e que, desse um quarto, aproximadamente três quartos constataram resultados positivos”.
Isto demonstra que ainda há muito para avançar neste assunto, e que temos que estabelecer parâmetros mais sérios e consistentes, pois estes resultados nos beneficiariam enormemente.
Enquanto estas pesquisas ainda não chegam a resultados conclusivos, não há dúvida de que diante de uma enfermidade precisamos buscar ajuda médica, mas talvez valha muito a pena acessar a nossa conexão com o divino da forma e jeito que forem possíveis. Seguramente, estando mais tranquilos, colheremos melhores resultados em nossa saúde.